segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aparelho é só uma das fontes de ondas nocivas, lembra médico

Folha de S.Paulo, de 7/10/2010

O celular não deve ser isolado como causa de problemas, lembra Edson Amaro Jr., professor de radiologia da Faculdade de Medicina da USP . "O homem polui o ambiente com todas as formas de ondas eletromagnéticas."

Já é sabido há anos que o sol é causa de câncer de pele. "Você se expor ao sol em situações extremas equivale a fazer exames de raio-X."

O que diferencia os tipos de radiação é a frequência. Quanto maior a frequência, maior a energia, e maiores os riscos de efeitos nocivos.

Conclusão: "Se você não precisa, não use celular, e se você não precisa, não se exponha ao sol", diz Amaro.

Vamos esperar os cadáveres para agir contra o celular?

ENTREVISTA DEVRA DAVIS, 64

Folha de S.Paulo, de 7/11/2010

Vamos esperar os cadáveres para agir contra o celular?

PESQUISADORA AMERICANA QUE ENCABEÇA MOVIMENTO PARA CONTROLAR O USO DOS CELULARES AFIRMA QUE RADIAÇÃO EMITIDA PELOS APARELHOS É UMA "BOMBA-RELÓGIO"

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

A epidemiologista Devra Davis lidera uma cruzada para fazer as pessoas deixarem o celular longe de suas cabeças. Convencida de que a radiação emitida pelo aparelho lesa a saúde, ela escreveu "Disconnect" (sem edição no Brasil), cuja base são pesquisas que começam a mostrar os efeitos dessa radiação no organismo. Nesta entrevista, ela também perguntou: "Vamos esperar as mortes começarem antes de mudar a relação com o celular?".

Folha - Quais os riscos para a saúde de quem usa celular? Devra Davis - Se você segurá-lo perto da cabeça ou do corpo, há muitos riscos de danos. Todos os celulares têm alertas sobre isso. As fabricantes sabem que não é seguro. Os limites [de radiação] definidos pelo FCC [que controla as comunicações nos EUA] são excedidos se você deixa o celular no bolso.

Quais os riscos, exatamente?
O risco de câncer é muito real, e as provas disso vão se avolumar se as pessoas não mudarem a maneira como usam os telefones. Trabalhei nas pesquisas sobre fumo passivo e amianto. Fiquei horrorizada ao perceber que só tomamos atitude depois de provas incontestáveis de que danificavam a saúde. Reconheço que não temos provas conclusivas nesse momento. Escrevi o livro na esperança de que meu status como cientista tenha peso, e as pessoas entendam que há ameaça grave à saúde e podemos fazer algo a respeito.

Mas há estudo em humanos que dê provas categóricas?
Quando você diz "provas", você quer dizer cadáveres? Você acha que só devemos agir quando já tivermos prova? Terei que discordar. Hoje temos uma epidemia mundial de doenças ligadas ao fumo. O Brasil também tem uma epidemia de doenças relacionadas ao amianto. Só recentemente vocês agiram para controlar o amianto no Brasil, apesar de ele ainda ser usado. Ninguém vai dizer que nós esperamos o tempo certo para agir contra o tabaco ou o amianto. Estou colocando minha reputação científica em risco, dizendo: temos evidências fortes em pesquisas feitas em laboratório mostrando que essa radiação danifica células vivas.

Qual a maior evidência disso?
A radiação enfraquece o esperma. Sabemos por pesquisas com humanos. As amostras de esperma foram dividas ao meio. Uma metade foi mantida sozinha, morrendo naturalmente. A outra foi exposta a radiação de celulares e morreu três vezes mais rápido. Homens que usam celulares por quatro horas ao dia têm a metade da contagem de esperma em relação aos demais.

Crianças correm mais perigo?
O crânio das crianças é mais fino, seus cérebros estão se desenvolvendo. A radiação do celular penetra duas vezes mais. E a medula óssea de uma criança absorve dez vezes mais radiação das micro-ondas do celular. É uma bomba-relógio. A França tornou ilegal vender celular voltado às crianças. Nos EUA, temos comerciais encorajando celular para crianças. É terrível. Fico horrorizada com a tendência de as pessoas darem celulares para bebês e crianças brincarem. Sabemos que pode haver um vício no estímulo causado pela radiação de micro-ondas. Ela estimula receptores de opioides no cérebro.

Jovens usam muitos gadgets que emitem radiação.
Sim, e eles não estão a par dos alertas que vêm com esses aparelhos. Não é para manter um notebook ligado perto do corpo. As empresas colocam os avisos em letras miúdas para reduzir sua responsabilidade quando as pessoas ficarem doentes.

É possível comparar a radiação de celular à fumaça?
Sim. O tabaco é um risco maior. Mas nunca tivemos 100% da população fumando. Agora, temos 100% das pessoas usando celular. Então, ainda que o risco relativo não seja tão grande, o impacto pode ser devastador.

Nos maços de cigarro, há aquelas fotos horríveis. Esse é o caminho para o celular?
Isso é o que foi proposto no Estado do Maine (EUA). Está se formando um grande movimento para alertar as pessoas a respeito dos celulares. Isso é o que aconteceu com o fumo passivo. Vamos começar a ver limites para a maneira e os locais onde as pessoas usam celular. A maioria não sabe que, se você está tentado conversar num celular em um elevador, a radiação está rebatendo nas paredes e fica mais intensa em você e em quem estiver perto.

Além de usar fones, o que é possível fazer para prevenir?
Enviar mensagens de texto é mais seguro do que falar. Ficar com o celular nas mãos, longe do corpo, é bom, e mantê-lo desligado também.

Mas celular é um vício!
Sim. Temos que usá-lo de forma mais inteligente.

Pesquisa liga proximidade de antena a maior risco de câncer

Folha de S.Paulo, de 7/11/2010


Quem vive a até 100 m de antena de celular tem 33% mais risco de morrer de câncer do que a população geral, diz pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais.

A engenheira Adilza Condessa Dode, 52, cruzou dados sobre mortes por tumores entre 1996 e 2006 em Belo Horizonte com áreas onde essas pessoas moravam e a localização das antenas de celular.

Ela elegeu tumores já associados esse tipo de radiação: próstata, mama, pulmão, intestino, pele e tireoide.

Em um raio de até mil metros das antenas, o risco foi maior. " O celular você desliga. A antena, não."

O médico Edson Amaro Jr., professor de radiologia da USP, pondera que o estudo não é fechado. Isto é, não foram controlados os hábitos de quem morava perto das antenas. "Esse tipo de estudo não é o ideal, mas também não há muitas alternativas."

O engenheiro Alvaro Augusto Salles, professor de telecomunicações na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, criou um modelo do cérebro baseado na tomografia de uma criança para simular efeitos da radiação.

Ele explica que as ondas têm efeitos térmicos (por isso a orelha esquenta quando se usa o celular) e não térmicos. Esses podem causar quebras nas fitas que formam a dupla-hélice do DNA, levando a mutações e a tumores.

Os riscos são maiores nas crianças, cujos tecidos estão se reproduzindo mais rápido.
Salles diz que, quando usamos o celular encostado na orelha, 75% da energia que seria usada na conexão é absorvida pela cabeça.

Para o engenheiro, se os celulares usarem antenas que direcionem a energia para o lado oposto ao da cabeça, o risco cairá muito. "O futuro é essa tecnologia, mas está demorando. São 5 bilhões de usuários. Mesmo que o risco seja pequeno, muitos podem ser afetados."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Raios-X causam mutação das células, que podem resultar em tumor cancerígeno

Brasileiros recebem mais doses de radiação em exames desnecessários, mostram cinco estudos feitos em hospitais.

Especialistas criam comissão para tentar aumentar o nível de segurança em radio, tomo e mamografias.

Pacientes brasileiros estão sendo expostos sem necessidade à radiação em exames de raios-X e tomografias.

A constatação é de pelo menos cinco estudos publicados nos últimos anos na revista científica "Radiologia Brasileira", que reúnem dados de hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Paraná e Pernambuco.

Segundo os pesquisadores, as razões vão desde um maior número de exames feitos sem necessidade a equipamentos radiológicos descalibrados e funcionários mal treinados sobre a dose de radiação mais adequada.
O problema é global e afeta principalmente países com níveis elevados de tratamento de saúde, segundo relatório da ONU divulgado no mês passado em Genebra.

Anualmente são feitos 3,6 bilhões de radiografias no mundo, um aumento de 40% em relação à ultima década. Em muitos países, a exposição radiológica médica já supera os casos de exposição por fontes naturais (radiação solar, por exemplo).

A exposição a níveis altos de radiação pode causar de lesões graves (queimadura e queda de cabelo) à morte. Mas isso dificilmente ocorre em um exame radiológico.

Outra possibilidade são os chamados efeitos estocásticos, em que a probabilidade de ocorrência de um câncer, por exemplo, é proporcional à dose de radiação recebida.

Os exames de radio, mamo e tomografia usam radioatividade para criar imagens do interior do corpo; os raios atravessam as células do corpo e, dependendo da intensidade e do tempo de exposição, podem danificá-las. A célula sofre mutação e, ao se reproduzir, propaga a mutação. Isso pode resultar em tumor.

Tomografia é o exame que mais emite radiação

Um dos grandes avanços da medicina, a tomografia computadorizada é hoje o exame que emite mais radiação ionizante.

A quantidade chega a ser dez vezes superior ao aparelho de raios X convencional. Porém, o exame produz imagens muito mais nítidas.

Os especialistas afirmam que, na indicação da tomografia, o médico deve sempre avaliar a relação custo/benefício.

Fonte: Folha de S.Paulo, de 5/09/2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Antisséptico bucal: risco de câncer

Bochechos perigosos

O brasileiro está exagerando no uso de antissépticos bucais, de acordo com um estudo realizado em São Paulo. De 1992 a 2007, o mercado desses produtos aumentou 2.277,3%. O uso indiscriminado e continuado de antissépticos bucais pode aumentar o risco de câncer de boca de faringe, sugerem os especialistas.

A pesquisa faz parte da tese de doutorado do cirurgião-dentista Marco Antônio Manfredine, da USP. “O mercado publicitário tem grande influência neste aumento. É importante dizer que, ao contrário da pasta, da escova e do fio dental, os enxaguatórios não devem ser usados por todos”, afirma.

Segundo ele, apenas pessoas com prescrição médica devem fazer os bochechos. “O uso deve ser recomendado. Alguns exemplos são pessoas que passaram por cirurgia, por raspagem de dentes ou que não tenham coordenação para a escovação”, diz Manfredine.

A explicação para o aumento do risco de câncer está no volume de álcool contido nos antissépticos e no tempo de permanência do produto na boca.

Fonte: Diário de S. Paulo

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O perigo do detergente à nossa saúde

Os nossos avós e idosos em geral comentam que antigamente era difícil encontrar alguém com câncer. Parece ser uma afirmativa verdadeira. Na verdade, as pessoas naquela época usavam sabão comum para lavar os utensílios domésticos como pratos, talheres, copos e panelas. Hoje se usa o detergente que na sua composição contém vários produtos químicos, alguns deles, provenientes do petróleo, como o benzeno.

Alguns cientistas já detectaram que os detergentes atuais são altamente cancerígenos, por isso, recomenda-se enxaguar bem os utensílios após lavagem com água.

Muitas pessoas ao usarem detergente para lavar utensílios domésticos ficam com forte coceira nas mãos e nos dedos. Já imaginou esse produto sendo consumido diariamente e invadindo nosso organismo?

Por que o uso desses produtos ainda não foi proibido pelos órgãos sanitários e de saúde? Porque sobram em excesso na cadeia petroquímica. As indústrias petroquímicas não têm onde desovar esses produtos. Logo, são adicionados nos detergentes. Detergente é cancerígeno. Detergente causa o câncer. Detergente provoca o câncer.

O benzeno é um hidrocarboneto aromático, que em pesquisa, tem relação com vários tipos de câncer como do pâncreas, da boca, da mama, da próstata, do fígado, do intestino, colorretal, leucemias, linfomas, entre outros. Não existe limites seguros para sua ingestão. No ambiente existe o benzeno, decorrente de fumaça do cigarro, queima de combustível. Também encontramos nos refrigerantes, nas matérias-primas de produto como detergente, náilon e borracha sintética. Esse produto pode causar quebras nas fitas que formam a dupla-hélice do DNA, levando a mutações e a tumores.

Quando entramos num bar ou num restaurante, a maioria dessas casas não enxaguam bem os utensílios como pratos, copos e talheres. Então, por exemplo, se você vai tomar aquele cafezinho no bar, na verdade você está tomando um suco de café com detergente.

Veja o que vem no detergente: Linear alquibenzeno sulfonato de sódio, Lauril éter sulfato de sódio, tensoativos aniônicos, glicerina, coadjuvantes, conservante, 5-cloro-2 metilisotiazolin-3-ona, 2-metil-4 isotiazolin-3-ona, sequestrante, espessantes, branqueador óptico, corante, fragrância, entre outros.

Na própria embalagem do detergente vem um alerta informando o consumidor a conservar o produto fora do alcance das crianças e dos animais domésticos. Lá também está escrito para não ingerir o produto, evitar a inalação, aspiração e contato com os olhos.

Como se vê, devemos fazer uma campanha para alertar toda a sociedade diante desses perigos que invadem silenciosamente, todos os dias, os nossos lares.


Refrigerantes com substâncias cancerígenas

A ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) verificou em 7 marcas de refrigerante (em 2009), substância considerada cancerígena, o benzeno. Existe um limite de quantidade para seu uso: 5 microgramas por litro. Ele aparece através de uma reação do ácido benzoico com a vitamina C.

A Sukita Zero , com 20 (µg) da substância, a Fanta light 7,5 (µg), níveis preocupantes, enquanto os outros cincos: Dolly Guaraná, Dolly Guaraná diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita encontravam-se abaixo, mas ainda assim, acima do permitido.
Ações contra o benzeno nos refrigerantes

Investigação do Ministério Público Federal a partir dos testes feitos pela PROTESTE quer evitar substância cancerígena nas bebidas.

Como resultado dos testes realizados pela PROTESTE com refrigerantes que apresentaram benzeno, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento começará a analisar a presença dessa substância potencialmente cancerígena em refrigerantes.

O Ministério Público Federal determinou a realização dessas análises a partir da atuação da Associação que detectou em dois de 24 refrigerantes analisados concentrações acima dos limites aceitáveis para o consumo humano. Mas em sete deles foram encontrados a substância.

Atualmente não há testes oficiais para detectar o benzeno nas bebidas, tampouco limites estabelecidos na legislação - uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária de 2007 normatiza apenas os níveis de ácido benzoico (que, junto com o ácido ascórbico, se transforma em benzeno).

O ministério, que registra e fiscaliza os alimentos no país, afirmou que está desenvolvendo em sua rede oficial de laboratórios uma metodologia de análise para detecção da substância em refrigerantes.

A perspectiva é iniciar os trabalhos de validação do processo em 2010, mas ainda não há data para a implantação das análises de forma sistemática. A Anvisa informa que não há previsão de edição de resolução sobre o benzeno. Veja os Ofícios desses órgãos em resposta aos encaminhamentos da PROTESTE após divulgação dos testes em maio.

O benzeno é resultado da reação dos ácidos benzoico e ascórbico (vitamina C) e está relacionado ao desenvolvimento de câncer. A substância foi encontrada em sete dos 24 produtos testados. Dois deles (Sukita Zero e Fanta Laranja Light) apresentaram concentrações acima dos limites aceitáveis para serem considerados próprios para consumo.

Fernando de Almeida Martins, procurador da República em Minas Gerais, enviará ofício a Brasília para a realização do novo teste, cujo resultado será anexado ao inquérito civil público aberto em agosto. O procedimento laboratorial deve ser solicitado a uma universidade ou órgão competente.

"Queremos confirmar os indícios trazidos pela PRO TESTE", afirmou o procurador. Se isso ocorrer, o MPF poderá ingressar na Justiça com uma ação civil pública ou tentar um acordo com os fabricantes para ajustes e substituições nos processos de fabricação. "Vamos agir pelo princípio da prevenção. Atuaremos para que refrigerantes com níveis altos de benzeno não estejam mais no mercado. Não aguardaremos a Anvisa ou o Ministério da Agricultura, que poderão ter iniciativas paralelas."

Além da Sukita Zero e da Fanta Laranja Light, apresentaram benzeno as bebidas Fanta Laranja, Sprite Zero, Sukita, Dolly Guaraná e Dolly Guaraná Diet.

A Anvisa - cuja resolução de 2007 libera o uso de ácido benzoico em até 0,05 g por 100 ml- e o ministério ,que registra e fiscaliza os alimentos no país, além das empresas Coca-Cola, Ambev e Dolly, foram notificados para prestar esclarecimentos sobre o benzeno e também sobre a presença de corantes artificiais como o amarelo tartrazina --relacionado a alergias-- e o amarelo crepúsculo --ligado a hiperatividade em crianças. Ambos são permitidos no Brasil em pequenas quantidades, mas já foram proibidos em outros países.